quinta-feira, 4 de junho de 2009

Meu trabalho de graduação

Móveis para exportação em pinus
Trabalho referente ao projeto de Ateliê de Conclusão de Curso de Decoração da UFU tendo como objetivo o desenvolvimento de uma linha de móveis para exportação em madeira pinus buscando sustentabilidade social, econômica e ambiental. O trabalho foi realizado através de pesquisas referentes aos seguintes temas: panorama do setor moveleiro com o intuito de analisar os mercados partindo do mundial, passando pelo nacional até chegar ao regional; a cooperação em APLs em busca de inovação e desenvolvimento das empresas; materiais e técnicas construtivas que proporcionam o conhecimento para execução dos móveis; e estudos de caso para melhor entendimento do funcionamento de empresas moveleiras e do processo de criação de designers. O resultado da reflexão teórica foi a linha Ritmos composta por banco, aparador, mesa de centro, chaise e mesa de jantar. Nela, a sustentabilid[Photo]ade é procurada por meio de vários aspectos, que integrados possibilitam a redução do impacto em diversas fases do ciclo do móvel, ao mesmo tempo em que contribui para a sustentabilidade social das empresas.

Material de menor impacto

Com as restrições à extração de madeira nativa, intensificou-se o plantio de madeiras de reflorestamento. Assim, o pinus surgiu como opção para a produção de móveis tendo como principal destino o mercado externo que possui leis rigorosa e restrições ambientais. Do pinus nada se perde, a raiz é utilizada para produçã
o de carvão; sua madeira atende a indústria moveleira e de celulose, ocorre à extração de resina; e suas folhas e cascas são utilizadas em jardinagem. No aspecto estético os veios e fissuras desta madeira tornam o móvel uma peça única e seus tons variam confor[Photo]me a espécies que são cerca de cem. A diminuição de nós e aumento da qualidade da madeira são conseguidos através do manejo.

Otimização do tempo de vida do produto

O design de um móvel deve atravessar o tempo evitando mais descartes. Desta forma a linguagem estética adotada busca fugir de modismos, gerando um móvel durável que possui “jeito” cultural brasileiro, preservando a mata nativa, através da utilização do pinus.

Resgate e construção de uma identidade brasileira
Resgate cultural como forma de diferenciar o produto que se diferencia no mercado internacional levando-o a competir pelo valor cultural, estético e não pelo preço. Através da utilização de encaixes e técnicas tradicionais alguns designers brasileiros têm buscado a identidade formal, entre eles: Maurício Azeredo, Marcenaria Baraúna, Carlos Motta, Etel Marcenaria, etc. A linha proposta resgata a criação de móveis que dialogam com valores [Photo]mais profundos e por isso evitam a efemeridade, tornando o móvel um objeto que se identifica com uma identidade nacional.

Aproveitamento
Para complementar a busca da sustentabilidade ambiental almejada na criação da linha, além da utilização de madeira de reflorestamento, o pinus, procura-se minimizar as sobras e os descartes por meio do planejamento de corte. A criação de acessórios usando o material que iria ser eliminado também contribui para dimi
nuir a degradação do meio ambiente e colabora com o setor moveleiro.

Estratégias políticas e sociais

O projeto se insere no contexto de Uberlândia onde há grande quantidade de pequenas empresas as quais não têm acesso ao design, visto que suas prioridades são relacionadas à organização interna, qualificação de mão de obra e aprimoramento tecnológico. Para desenvolver as micro e pequenas empresas o governo Federal criou políticas incentivando a criação de APLs (Arranjo Produtivo Local) em busca do desenvolvimento e fortalecimento por meio da sinergia de um grupo de empresas trabalhando com o mesmo objetivo, a inovação e o design como dife[Photo]rencial para agregar valor ao produto possibilitando às empresas tradicionais e que possuem escala de produção artesanal competir pela qualidade. Assim, neste novo contexto em Uberlândia a criação de um APL está em fase de estruturação para que as pequenas e médias empresas tenham acesso a serviços disponibilizados coletivamente e entre os quais estão os esforços de introdução do design possibilitando um espírito de cooperação desenvolvendo a sustentabilidade social e econômica do setor.